domingo, 23 de outubro de 2016

Alma, um COMPLEXO MÚLTIPLO INDETERMINADO.

Esse blog foi feito para acompanhar meus estudos sobre a psicologia analítica Junguiana, xamanismo, e gnose, então aqui terão reflexões minhas sobre assuntos variados e conforme vou unindo meu quebra-cabeça, vou adentrando meu consciente, inconsciente, vou colocando aqui essas reflexões. E hoje, uma delas é essa:

Creative Digital Illustrations by George Redreev:

E se tudo o que a gente vive, se todas as emoções expressadas, desde as pequenas até as mais gritantes, forem apenas expressões do nosso verdadeiro Eu?
Quero dizer que lendo sobre a sombra, os complexos, o ego, a minha estadia na Terra, comecei a refletir se talvez essa nossa passagem aqui na Terra, seja para nos permitir experimentar emoções e poder expressa-las conforme vamos colocando pra fora, conforme vamos aceitando o que está de alguma forma tentando sair.
Existe uma teoria de alguns cientistas, alguns místicos também, que diz que nossa vida não se limita apenas ao nosso corpo, somos consciência e como tal, ao que entendo, por falta de uma melhor definição, podemos nos considerar então, infinitos. Se morremos e renascemos em outros corpos para uma nova vida, então quem sou eu pra dizer que somos finitos como consciência? Quantas vezes você já viveu e já morreu?
Um religioso que ACREDITA que não existe vida após a morte pode falar que ele é finito, essa é a percepção dele das coisas, mas daí a ser verdade, é outra história. Voltemos a psicologia analítica...
Uma vez, Emma Jung em um congresso, disse:
"Na concepção primitiva, a alma não é bem uma unidade e sim, um complexo múltiplo indeterminado."
 Se a alma é um complexo múltiplo indeterminado, então o que seriam e do que consiste esse "complexo múltiplo"?
Pensei cá com meus botões, já ouvi teorias de pessoas que dizem que somos multidimensionais, querem dizer com isso, que existimos em várias dimensões ao mesmo tempo, não existimos apenas nessa vida, nesse corpo, mas sim de várias outras formas, planetas e me ocorreu que esse "complexo múltiplo indeterminado" possa estar relacionado com essa teoria da multidimensionalidade.
Não deixando de salientar que a minha percepção das coisas que escrevo, tem a ver com tudo que já li e refleti sobre o que me dediquei a tentar entender, desde a teoria da multidimensionalidade, à vida extraterrestres, não posso me limitar apenas ao que é aceito aos olhos da religião, da sociedade, porque entendo que tudo o que suprime, tudo que prende, tudo que é imposto como certo, sem dar margem para o questionamento, para a dúvida, prejudica a livre forma de eu experimentar minhas emoções e como estou aqui para aprender através dessas emoções, então não experimenta-las seria como me proibir de aprender.
Continuando, Emma Jung também disse:

"Na concepção primitiva, a alma não é bem uma unidade e sim, um complexo múltiplo indeterminado.
Esse fato expressa-se nas representações, encontradas em todos os povos, de espíritos ou almas que habitam as pessoas, seja por terem se introduzido antes ou durante o nascimento, ou por terem se apoderado do individuo em alguma outra ocasião posterior, para nele exibir sua atividade."

Existem duas formas de ver ( segundo minha percepção ) isso que ela disse, a forma que vou chamar de número 1, uma forma mais otimista, espiritualista e a número 2, uma forma também espiritualista, não muito otimista e bem dura. Vou começar com a primeira.
Forma de ver e entender 1:
Se estamos aqui apenas para experimentar todas as nuances das nossas emoções, se estamos aqui para nos experimentarmos como seres que possuem a capacidade e a liberdade de escolher, então tudo o que nos oprime, tudo o que nos proíbe, consequentemente nos faz mal e nos atrasa. Seria como se a opressão fosse como obstáculos, ás vezes conseguimos pula-los, outras tropeçamos mas seguimos em frente, as vezes caímos, nos machucamos mas levantamos e continuamos e outras vezes a queda é tão brutal que ficamos lá no chão, largados, essa última em termos de psicologia, entendo como se fossem os traumas que não nos permite voltar a caminhar. E o que é um trauma segundo a ciência?

A terminologia trauma em medicina admite vários significados, todos eles ligados a acontecimentos não previstos e indesejáveis que, de forma mais ou menos violenta, atingem indivíduos neles envolvidos, produzindo-lhes alguma forma de lesão ou dano. Uma das definições adotadas se refere ao conjunto das perturbações causadas subitamente por um agente físico, de etiologia, natureza e extensão muito variadas, podendo estar situadas nos diferentes segmentos corpóreos. Independente de sua melhor definição, o fato é que o trauma é uma doença que representa um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência.

E traumas podem causar depressões, quem sente e tem depressão, automaticamente é uma pessoa que tem medos extremos, medos acarretam em mais restrições e mais opressões e por aí vai, está dando pra entender onde quero chegar?
Não é uma conclusão ainda, mas baseada nessa forma de ver, começo a entender o porque tudo que oprime de certa forma está ligado com a maioria dos problemas/traumas de diversas pessoas, problemas como, auto-estima, orientação sexual, aceitação, etc.
Mas tudo bem, porque essa forma número 1 de ver as coisas, sugere que estamos, mesmo quando passando por problemas tão dolorosos, nos testando e para que serve um teste, senão, para nos fortificar? Então por mais que doa por tudo o que você esteja passando, é PASSAGEIRO, infelizmente é muito mais fácil dizer do que experienciar por si só, mas seria impossível experienciar apenas tendo a teoria como base, para vivermos aqui nesse planeta, é preciso muito mais do que teoria, é preciso a PRÁTICA e a ideia dessa forma número 1 de ver as coisas, é que quanto mais você se permitir, quanto mais se aceitar como é, quanto mais escolher e aprender a lidar com as consequências das suas escolhas, quanto menos oprimir o que é para ser experienciado, mais você consegue a técnica de dominar a si mesmo e entender a si mesmo é o passo principal para dominar a realidade que está na sua frente, da forma como você achar mais conveniente.

Forma de ver e entender 2:
Essa percepção vem de estudos ligados a gnose, xamanismo que eu associo à psicologia analítica, por isso eu disse que seria mais dura do que a primeira.
Esses estudos explicam a ideia de que infelizmente existe em nosso planeta, seres que de certa forma já estão passos à nossa frente, eles se baseiam nisso, tendo como base e exemplo, o sistema em que vivemos. Como dito na forma número 1, os obstáculos existem para que possamos ultrapassa-los, mas como podemos ultrapassar obstáculos, se estamos e vivemos drogados? Por que drogados?
Não precisamos ser gênios, psicólogos, para notarmos que a forma como a sociedade ( mídias, corporações, etc ) trabalha na mente das pessoas, é a mais baixa forma de se trabalhar com seres que possuem capacidade de pensar. Estamos a todo momento sendo bombardeados por propagandas que nos induzem subliminarmente a comer o que vendem, a pensar o que sugerem, interagimos com as doenças remediando-as e não buscando uma cura, estamos a procura do que nos faz feliz como se para estar feliz fosse necessário algo que possamos comprar, algo que esteja fora. Quando digo que nos drogamos, quero dizer que independente das drogas usadas, se ilícitas ou lícitas, e nas lícitas pode-se incluir tudo que esteja ligado a manipulação mental, sugestão, mensagem subliminar ( propagandas, televisão ) e drogas viciantes desde o açúcar ao álcool. E como é fazer escolhas quando estamos dopados? Parem por um momento e imaginem uma pessoa normal que recebe para passar o dia, comprimidos que o deixará dopado, depois peça pra ele tomar decisões importantes no decorrer do dia. Como seriam essas decisões? Não pense que por não tomar remédios fortes, você não esteja dopado também, pare e faça uma pesquisa sobre o controle mental que está sendo usado nas pessoas e depois retorne e releia esse texto.
As escolhas que fazemos, são feitas de forma natural, se não estivéssemos dopados, teríamos feito essas escolhas mesmo assim?
O que sabemos sobre os vícios a ponto de achar que eles não fazem tanta diferença nas nossas escolhas?
E que escolhas são essas que são tomadas por uma mente que foi sugestionada?
Revejam o que foi dito por Emma:
"Esse fato expressa-se nas representações, encontradas em todos os povos, de espíritos ou almas que habitam as pessoas, seja por terem se introduzido antes ou durante o nascimento, ou por terem se apoderado do individuo em alguma outra ocasião posterior, para nele exibir sua atividade."

O que se apoderou de nós? Será que quando tomamos certas decisões, ou quando escolhemos alguma coisa, estamos escolhendo por nós mesmos, ou porque algo nos sugestiona?
E até que ponto não estamos andando em círculos?
Talvez sair desse círculo viciante a medida que nos aprofundamos nele, a medida que ficamos cada vez mais dependente do que vem de fora, do externo, nos atrasa horrores.
Eu sei que podemos e somos capazes de controlar nossa realidade, mas se estamos dopados, qual realidade estamos controlando? Ou estamos sendo controlados para que possamos criar uma realidade para terceiros?
Infelizmente eu não posso ignorar a proposta gnóstica e xamânica, de que estamos no meio de um jogo sujo, que nos sabota, mas essa mesma proposta que fala isso, também explica que não podemos nos tomar apenas como vítimas, precisamos arregaçar as mangas e começar a dizer não e procurar por alternativas mais naturais de vida, por uma espiritualidade que seja livre de limitações, que seja livre da dependência de avatares, avatares esses que supostamente estão sempre prontos para nos salvar, de arquétipos que estão presos no inconsciente coletivo das pessoas por gerações e gerações e que não sai com facilidade porque o meio em que vivemos está a todo momento nos bombardeando com a ideia de mais arquétipos, super heróis, super modelos, santos, deuses.
E se estamos aqui para poder experimentar nossas emoções, se elas são mudadas por induções, até que ponto elas estão de fato sendo vividas de forma plena?
Eu adoraria dizer que a forma número 1 de ver as coisas é a correta, mas não dá pra ignorar a visão e os pontos destacados pela número 2.
Até certo ponto essas duas formas se entrelaçam mas ao meu ver a número 1 perante a sociedade em que vivemos, é extremamente ingênua e até certo ponto verdadeira também.
Só que eu não sei até que ponto podemos ser tão ingênuos e até que ponto isso nos prejudica, prefiro ser mais realista e trabalhar com as informações que fazem sentido pra mim, nunca me esquecendo de equilibrar tudo o que vejo.

A psicologia analítica fala sobre muita coisa que vou trazer para refletir aqui, as sombras, os arquétipos, os complexos e dentre esses temas, vou introduzir a percepção gnóstica e xamanica tentando ligar e montar o MEU quebra-cabeça.
Repito que essa é a forma que eu vejo as coisas, não estou dizendo que é a única e nem a verdadeira, mas sim que faz sentido pra mim e se os textos de alguma forma ajudar você a expandir sua percepção, a construir sua reflexão, bem vindo. =)
Pri